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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Preso na Lava Jato expõe falência da política

 

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Em defesa no processo da operação Lava Jato, executivo Gerson de Mello Almada, vice-presidente da construtora Engevix, relaciona o esquema de corrupção do doleiro Alberto Youssef ao financiamento privado dos partidos: “O pragmatismo nas relações políticas chegou, no entanto, a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos”; ele diz que sofreu “achaques” do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, "em nome de partido, ou em nome de governo"

23 de Janeiro de 2015 às 06:08

247 – Em sua defesa no processo da operação Lava Jato, o executivo Gerson de Mello Almada, vice-presidente da construtora Engevix, relacionou o esquema de desvios e suborno de agentes públicos do esquema de Alberto Youssef ao sistema de financiamento privado dos partidos.

Na petição assinada pelo advogado, Antonio Sergio de Moraes Pitombo, o empresário diz que sofreu “achaques”, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, e de outros administradores da petroleira, "em nome de partido, ou em nome de governo".

A declaração expõe falência da política e a urgência em se acabar as doações privadas nas campanhas.

Leia trechos em questão da petição, disponível abaixo na íntegra:

“A denúncia não pode ser recebida, pois não conta a verdade, fim precípuo do processo penal. Vale registrar alguns fatos notórios, outros emergentes dos próprios autos do inquérito policial, que desapareceram da acusação: faz mais de doze anos que um partido político passou a ocupar o poder no Brasil. No plano de manutenção desse partido no governo, tornou-se necessário compor com políticos de outros partidos, o que significou distribuir cargos na Administração Pública, em especial, em empresas públicas e em sociedades de economia mista.

O pragmatismo nas relações políticas chegou, no entanto, a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as
tesourarias dos partidos políticos.

Nessa combinação de interesses escusos, surgem personagens como PAULO ROBERTO COSTA, que, sabidamente, passou a exigir percentuais de todos os empresários que atendiam a companhia. Leia-se, exigir. O que ele fazia era ameaçar, um a um, aos empresários, com o poder econômico da PETROBRÁS. Prometia causar prejuízos no curso de contratos.”

Brasil 247

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