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domingo, 7 de setembro de 2014

Após recuo na pauta LGBT, Marina é recebida com protesto na Expointer

 

 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

As críticas à candidata se intensificaram após Marina ter retirado de seu programa trecho que manifestava apoio a causas como o casamento gay e ao PLC 122, projeto que criminaliza a homofobia | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Nícolas Pasinato

Depois da errata publicada no último sábado (30) pela campanha de Marina Silva (PSB) em relação às propostas de seu programa de governo para a comunidade LGBT, a candidata vêm recebendo uma onda de críticas por quem defende os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Em sua visita à Expointer, em Esteio, na tarde desta quinta-feira (4), não foi diferente. Manifestantes realizaram um protesto contra a presidenciável, apresentando uma faixa com os dizeres: “Na luta pelos direitos dos homossexuais”.

O ato foi liderado por representantes do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e região (Sindbancários). Enquanto alguns militantes pró-Marina gritavam o seu nome, manifestantes contrários à candidata a chamavam de “homofóbica” e “fundamentalista”. A diretora do sindicato Natalina Rosane Gué demonstrou preocupação em um possível retrocesso dos direitos conquistados pela população LGBT, caso a candidata saia vencedora nas urnas. “Suas convicções religiosas não respeitam a diversidade”, condenou ela. A candidata pertence à igreja Assembleia de Deus.

As críticas à Marina se intensificaram após ela ter retirado de seu programa trecho que manifestava apoio a propostas para legalizar o casamento igualitário no Brasil, que permite a união entre pessoas do mesmo sexo. Além disso, foi eliminada defesa de um projeto em tramitação no Congresso que criminaliza a homofobia: o PLC 122. Os dois pontos foram substituídos pela seguinte redação: “Garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo”. Para justificar as alterações, a equipe do PSB disse que houve “falha processual na editoração do texto”. Porém, a substituta de Eduardo Campos no pleito passou a ser acusada de ter cedido às pressões do Pastor Silas Malafaia e de outros grupos evangélicos, que repudiaram a primeira versão do seu programa de governo.

Questionada sobre o protesto na coletiva de imprensa, em especial sobre os gritos a chamando de “homofóbica”, Marina disse que não rebateria uma injustiça com outra. “Eu prefiro sofrer uma injustiça do que praticar uma injustiça. Quero oferecer a outra face. Para a incompreensão, a face da compreensão. Para a mentira, a face da verdade. Para o medo, a face da esperança”, disse ela.

Após o recuo no programa de governo voltado à população LGBT da presidenciável, o secretário nacional do segmento do partido, Luciano Freitas, deixou a coordenação da campanha. A saída do dirigente foi a terceira baixa da campanha desde que Marina assumiu a cabeça de chapa.

http://www.sul21.com.br/jornal/apos-recuo-na-pauta-lgbt-marina-e-recebida-com-protesto-na-expointer/

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