Páginas

sábado, 5 de abril de 2014

CORRUPÇÃO E INDIGNAÇÃO

 

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

Há quase três anos, abrindo um jornal daqui da região, deparei-me com o editorial “O Brasileiro e a Corrupção”. Interessei-me pelo texto, porque no dia anterior tinha escrito sobre o tema no meu blog.
Falava eu, na minha crônica, do mau exemplo de nosso poder público, da nossa politicagem, atolada em corrupção e beneficiada pela impunidade, em relação às crianças e jovens desse nosso indefeso país. Ou indefeso povo, apesar de esse mesmo povo ter votado nos “políticos” que estão no poder, muitos deles comandando a corrupção que grassa descaradamente.
O editorial do jornal falava da reportagem publicada em um jornal espanhol, dando conta da corrupção em nosso país, com o título: “Por que os brasileiros não reagem à corrupção de seus políticos?”. A matéria do jornal estrangeiro era superficial, mas a pergunta continua oportuna, pois nós, brasileiros, a maioria de nós, ainda assistimos a tudo calados, aceitando tudo passivamente. Quem está do lado de fora está vendo a corrupção e a impunidade, mas quem está aqui parece não enxergar, não se importar.
A pergunta, então, era: quando vamos nos levantar contra esse estado de coisas insustentável? A necessidade de se fazer alguma coisa fazia-se premente, era preciso protestar, exigir que usem o dinheiro público, que é composto da quantidade enorme de impostos que pagamos, em benefício do cidadão brasileiro e não contra ele.

E então, em 2011 o povo começou a se organizar em protestos contra a corrupção e em 2012,continuaram as manifestações contra majorações de preços de transportes urbanos, entre outras coisas, em várias capitais do Brasil. Em 2013, as manifestações tomaram vulto por todo o país, mas aí os baderneiros começaram a se infiltrar e a violência começou a fazer parte do movimento. Cobras mandadas se integravam aos manifestantes para fazer depredações, para que o protesto legítimo daqueles que estavam na rua para defender seus direitos pacificamente perdesse a força. E foi o que aconteceu. O povo se levantou, pela primeira vez como nunca se havia visto antes, mas foi calado por indivíduos arregimentados para desacreditá-los.

A verdade é que o cidadão brasileiro precisa ter consciência da sua força, reivindicar seus direitos, se preocupar menos com novelas e futebol, instrumentos de manipulação que deram certo no Brasil, e atentar mais para os seus próprios problemas, para o rumo da sua vida. É preciso parar de fazer vista grossa para quem está nos enganando e roubando, precisamos aprender a votar melhor, a não esquecer o que os políticos aprontaram em seus mandatos anteriores, para não votar mais neles. Depende de nós, somos nós que colocamos esses senhores corruptos no poder.
Se não houver em quem votar – infelizmente quase sempre há falta de candidatos decentes – podemos anular o voto. Se muitos anularem seus votos, alguém terá que perceber que alguma coisa está errada. É a maneira mais eficaz de protestarmos, de fazermos ver que não estamos satisfeitos com o que está aí. E, ainda, o eleitor precisa saber que assim como colocou o candidato no poder, pode tirá-lo. Mas não interessa para os nossos “representantes” que seus eleitores saibam disso, não é?

Nenhum comentário:

Postar um comentário